O Abraço A Lagoa, movimento que reuniu duas centenas de pessoas, no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 1997, quando, além do abraço simbólico a lagoa, também se recolheu mais de duas toneladas de lixo. Foto: CEA.
Dentro da lógica de resgate da memoria da luta ecológica e
da historia ambiental, um dos objetivos do Centro de Estudos Ambientais (CEA)
em manter suas mídias analógicas e digitais, desde o inicio de suas atividades
nos anos 80, destacamos a luta pela proteção dos banhados e pela orla da Laguna
dos Patos, com suas matas nativas e ecossistemas associados.
A década de 90, do século passado, registrou um avanço na
politica ambiental brasileira, com destaque para Conferencia de Meio Ambiente e
Desenvolvimento, da ONU, a chamada Rio-92 ou Eco-92, ocorrida em 1992, no Rio
de Janeiro.
A Educação e o Direito Ambiental tiveram um impulso significativo,
pois além da Rio-92, a Constituição Federal de 88 estabeleceu uma base democrática
e protetiva para a natureza e para vida humana e não humana, aspectos
potencializados pelo movimento ecológico.
Em Pelotas, o CEA, juntamente com outras instituições,
movimentos e simpatizantes da luta ecológica, buscava a proteção do banhado do
Pontal da Barra, ameaçado por projeto de um grande loteamento naquela área úmida,
junto a Laguna dos Patos.
Essa luta foi aos poucos se ampliado para toda a orla do Laranjal,
Barro Duro e Z3. Resumidamente, após a campanha pela proteção do Pontal da
Barra (Pelotas Precisa de Saneamento, Pontal da Barra Não Precisa de
Loteamento), primeiro foi o Projeto Mar de Água Doce (PROMAD). Depois veio o movimento
Abraço a Lagoa (1997), movimento Lagoa Limpa (1998), seguido pelo Projeto APA
das Lagoas (1998), movimento Eu Também Quero a Lagoa Despoluída (1999) e, por
fim, pelo Programa Mar de Dentro (2000), do governo do estado do RS (hoje
inoperante e praticamente extinto), o qual, a época procurou reverberar e
potencializar toda essa luta da sociedade civil pela proteção da orla da Laguna
dos Patos, da qual o CEA participou como um dos protagonistas.
Esses movimentos da sociedade civil, articulados pelo CEA e
parceiros, tinham um forte componente de Educação e Direito Ambiental (diversas
leis foram aprovadas), com foco nas zonas úmidas e nas matas nativas,
considerando os aspectos sociais que envolvem a complexa crise ecológica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário