segunda-feira, 23 de março de 2020

Governo Municipal Quer Zerar o FMAM






O governo municipal e seus aliados, nesse exato momento, estão tentando ZERAR o que sobrou dos recursos do Fundo Municipal de Proteção e Recuperação Ambiental (FMAM), no valor de R$779.788,06 (setecentos e setenta e nove mil, setecentos e oitenta e oito reais e seis centavos), alegando a #pandemia do #COVID-19.
Num primeiro momento, para quem lê tal informação, diante da combinação da ansiedade que toma contra do planeta com as medidas desumanas e não solidarias do governo federal (https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/03/23/mp-de-bolsonaro-revolta-a-web-ou-morremos-de-coronavirus-ou-de-fome.htm?utm_source=facebook&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral&fbclid=IwAR1iiPPFz5RGTDurSf9bo7mqFS53q34rmIYUWlFoSxY4PRO_qjT1zdTzAbA), especialmente para quem não acompanha ou desconhece a destruição da politica ambiental há anos e de perto, pode parecer ser uma medida solidária e necessária, em prol de toda a sociedade, ainda mais nesse momento de ameaça epidêmica e, portanto, merecedora de apoio e, até, aplausos. Mas, analisando tal saque com mais profundidade, podemos (e devemos) questionar se, na verdade, não é uma ação precipitada, beirando o oportunismo, inobstante o fato inquestionável de ser um procedimento antirregimental/ilegal, visto que além do mérito em si, tal encaminhamento esta se dando por procedimentos remotos (via internet).
Sim, precisamos estar solidários ao combate da pandemia e o Estado deve ser o articulador dessas ações, além de garantir sua execução, mas se valendo de recursos de quem pode fornecê-los. Cada um deve dar o que pode dar. Não mais e não menos. Assim entendemos e agimos em tempo de vírus e também em tempos de não epidemias/pandemias, justamente visando colaborar para evitá-las.
A solidariedade deve ser um valor a se espalhar pela sociedade... sempre. Bem diferente do que os neoliberais (como esse governo) pregam diariamente e que agora, de forma claramente oportunista, estão por todos os meios, evocando tal valor, sem, no entanto, o praticarem. Ao contrario, dia após dia, se esforçaram destruir a solidariedade e exaltar a competição e o individualismo.
Contudo, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), o governo municipal do PSDB e seus aliados, não apresentaram nenhum estudo técnico sobre as contas municipais que justificasse tal necessidade de zerar o FMAM. Nem se comprometeram a retirar recurso de outros gastos não necessários, como de publicidade e que não combatem o corona vírus diretamente. A própria prefeita, em vídeo recente, afirmou não haver NENHUMA confirmação de infecção pelo vírus em Pelotas/RS e que não há necessidade de precipitações. Esse saque, feito de forma não prevista em lei, não é uma precipitação, já que existem outros recursos orçamentários possíveis de serem direcionados ao combate dessa pandemia, antes de acabar de vez com o dinheiro da política ambiental? Não sabemos, pois a SQA não forneceu os meios para tal esclarecimento. Lembrando que a vulnerabilidade ambiental é a vulnerabilidade social. O próprio corona vírus é decorrente de ação humana no ambiente. E retirar TODO O RECURSO DO FMAM é ampliar a vulnerabilidade ambiental e, consequentemente, da sociedade.
Lembrando que o CEA, EMBRAPA e CRBio não fazem parte do Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPAM) porque se valeram, em parte, exatamente desses meios digitais para pleitearem legal e legitimamente uma vaga e a própria SQA alegou que não havia previsão legal para tal.
Para tal saque, o governo municipal se compromete com algo que já é legal e obrigatório: prestar contas ao COMPAM. Mas essa já é sua obrigação. Deveria sim, para não destruir de vez a politica ambiental local, se comprometer com a restituição integral dos valores, em parcelas iguais, a contar da data do fim da necessidade de enfrentar as "demandas provenientes da pandemia do COVID-19", a quais não demonstrou.
O Governo deveria apresentar um projeto/plano de ação com um mínimo de indicação de aplicação dos recursos e que justificasse esse saque, feito de uma forma não prevista na lei, caso contrário, a dúvida pelo uso adequado dos recursos públicos permanecerá, sem descartar possível desvio de finalidade, proibido por lei.
Lembrando que o nosso sistema jurídico ambiental não esta suspenso e TODAS as regras ambientais devem ser obedecidas, sendo que tal procedimento não lhe é abarcado, portanto não sendo legalmente viável sua aplicação por parte da Administração Pública.
Assim, há mesmo necessidade do uso do FMAM? Não é possível buscar junto ao governo do Estado (já que o pagamento da divida esta suspenso) ou mesmo federal? Ou ainda cortar de outros lugares? Diárias, por exemplo, já que os deslocamentos estão restritos e até proibidos. Onde estão os dados técnicos das contas municipais que fundamentam tal medida inédita?
A suspeição desse saque recai, não só sobre o acima exposto, mas também pelo histórico de uso (e a pratica é o critério de verdade) do governo municipal dos recursos do FMAM, marcado pelo desrespeito as deliberações do COMPAM; propondo e aprovando, na véspera do Natal de 2013, uma emenda à Lei Orgânica que impediu a entrada de novos recursos no FMAM; e sacando, em agosto de 2019, sem nenhum debate prévio ou mesmo aviso, quase um milhão de reais do FMAM para outros usos que não a proteção ambiental, até hoje não explicado ou mesmo demonstrado.
Solidariedade para combater o corona vírus, sim. Destruir o que ainda resta da coisa publica, como defendem os neoliberais, não! O Estado deve buscar o sacrifício de quem pode suportá-lo e não de quem é vulnerável e também depende diretamente do Pode Público, como a politica ambiental.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Corona vírus escancara o fim do capitalismo

Os/as Ecologistas há tempos alertam e propõe!
É hora da solidariedade, da estatização, da re-estatização, do Estado garantir a renda minima, do capital abrir mão dos lucros, de diminuir a jornada de trabalho com garantia dos salários, do fim do capitalismo e do neoliberalismo!!! É hora da humanidade, do planeta, da vida!!



quarta-feira, 18 de março de 2020

POR UM BRASIL CUIDADOSO COM A VIDA E QUE COMBATA A NECROPOLÍTICA



MANIFESTO PELA VIDA

Nós, educadores e educadoras ambientais do Observatório da Educação Ambiental – Observare - entendemos que a saúde pública e o bem-viver estão intrinsecamente ligadas a eficazes políticas educacionais e de cuidado ambiental. Compreendemos que o aparecimento de vários vírus, seus mutantes, as novas doenças, as epidemias e as pandemias têm origem na intensa destruição das florestas, das águas, do ar e da vida selvagem, entre outras ações de aniquilamento socioambiental. O meio ambiente é um sistema que exige cuidados, pois sua degradação fragiliza integralmente este complexo planeta.

No caso particular do Brasil, manifestamos nosso repúdio à situação de colapso socioambiental e educacional que o atual governo federal (início em 2019), geriu em todas as esferas da política. Denunciamos que tal situação acentua o grau de vulnerabilidade socioambiental e em particular da saúde pública em momento de uma grave crise representado pela pandemia do Coronavírus.

Há inoperância do Ministro do Meio Ambiente sobre a pandemia global de coronavírus, além de sua incompetência demonstrada em sua gestão, colocando em risco toda a nossa população. Reafirmamos que o meio ambiente saudável é um direito que consta na Constituição Federal Brasileira e é indispensável para a saúde de todos. A gestão do governo Bolsonaro vem sendo marcada por ataques sistemáticos aos procedimentos de proteção da natureza, além da desqualificação e do total desprezo à educação ambiental, num processo desintegrador aos trabalhos pré-existentes nos ministérios do ambiente e da educação.

Em tempo de pandemia, chamamos atenção urgente da população para a situação de calamidade ambiental, com queimadas da Amazônia em números nunca vistos, com o maior derramamento de petróleo da história nas praias do Brasil, com escandalosos crimes das mineradoras, a exemplo de Brumadinho. Além disso, o país ostenta o vergonhoso alto índice de assassinatos de ambientalistas, de representantes dos povos indígenas e dos trabalhadores do campo. É assim que a gestão do governo Bolsonaro deixa seu rastro nacional e internacional: como um governo mortiço de retrocessos e necrose em todos os sentidos.

Denunciamos que sem a ampliação nos investimentos, que estão congelados, em Saúde, Educação e proteção ambiental, estaremos condenados a sucumbir em crises socioambientais que se acentuam cada vez mais, com efeitos severos à saúde de todo planeta. Manifestamos desagravo às atividades vampirescas que ainda fomentam a degradação das florestas e oceanos, além da emissão dos gases de efeito estufa que causam colapsos climáticos para além do território nacional.

Defendemos e lutaremos:
- por uma educação libertadora, gratuita e amplamente inclusiva!
- por um ambiente protegido, respeitado e durável!
- por um sistema de saúde único, gratuito e com fácil acesso!

POR UM BRASIL CUIDADOSO COM A VIDA E QUE COMBATA A NECROPOLÍTICA!!!


#BRvidaNecropolíticaNÃO

MANIFESTO em:




Dia 18/03/2020 – horário de Brasília
9h.: Panfletagem digital
20:30h.: Agito na janela (música, dança, exposição de livros, o que a criação mandar...)

Fonte: https://observatorioea.blogspot.com/p/nos-educadores-e-educadoras-ambientais.html