sábado, 4 de junho de 2022

Dia do Meio Ambiente 1995: Há 27 Anos o CEA Escrevia “Desejando Comemorar”

 


O Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, não se presta para comemorações, mas sim, cada vez mais, para reflexões e ações sobre a crise ecológica, as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade (sexta extinção em m assa) e também a pandemia de Covid.

Em 1995, quando a crise ecológica era ainda de menor gravidade que hoje, o CEA publicava um artigo chamando atenção para a importância do Direito Ambiental, da Democracia Ambiental, em destaque para o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) e o Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPAM), do papel da sociedade civil e dos governos na proteção ambiental, defendendo que o momento não era de comemorações, mas sim de ações para que, no futuro, fosse possível festejar.

Pois bem, passados 27 anos, retrocedemos em matéria de politica ambiental federal, estadual e municipal e ficamos ainda mais longe de comemorarmos esse dia tão importante para vida no planeta.

Naquele ano se atingia 2 anos de luta promovida pela movimento ecológico e aliados para que o governo municipal colocasse o COMPAM, legalmente já reestruturado, em funcionamento, nomeando seus membros já eleitos, medida para qual resistia injustificadamente.  Hoje seguimos na luta para que o governo municipal não leve adiante um Projeto de Lei (PL), construído sem base técnica e sem nenhum debate publico, o qual, na prática vai acabar com o COMPAM, assim como tal grupo politico que esta há anos no poder local, já o fez com o Fundo Municipal de Proteção e Recuperação Ambiental (FMAM), nos fazendo retroceder até a Constituição autoritária, anterior a 88 e à época da lei e criação de tal colegiado ambiental, no final doas 70, ainda na ditadura militar.

Ao par dessa tentativa de retrocesso que seria o maior desde a Constituição de 88, o governo municipal não leva a cabo politicas ambientas de proteção ambiental, deixando de implantar Unidades de Conservação, de promover Educação Ambiental, de realizar a ampliação da arborização e qualificação de áreas verdes, descuidando de ecossistemas fundamentais (banhados e matas nativas), privilegiando a lavagem verde (com o programa Adote uma Área Verde, que não foi além de plantar florezinhas e colocar propaganda em rotulas de grande movimento),  o despacho de licenças e a poda e derrubada de arvores (arvorecido), afastando o COMPAM de toda e qualquer decisão central sobre  a politica ambiental. O que é flagrantemente ilegal e inconstitucional e, sobretudo, torna ainda mais vulnerável o ambiente e a sociedade, especialmente os mais pobres.

Em 1995, mesmo sem poder comemorar, estávamos mais avançados que em 2022. E já tivemos momento de mais avanços que há 27 anos. A luta ecológica é permanente e segue para retomar essa perspectiva que buscar unir proteção da vida humana e não humana com democracia e justiça social.

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