O Centro de Estudos Ambientais (CEA), via Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS), esta colaborando com o GT (19) de Meio Ambiente do gabinete de transição, do Governo Lula, coordenado por Jorge Viana (PT-Acre), cuja relatoria esta a cargo de Pedro Ivo Batista, da ONG TerraAzul, no qual participam também integrantes dos movimentos ecológicos do Pampa ao Amazonas, além dos ex-ministros de meio ambiente como Carlos MinC, Isabella Teixeira e Marina Silva, entre outros militantes dos partidos e movimentos que defendem a Democracia.
Diagnostico é de desastre e de brutal retrocesso ambiental
O GT esta fazendo um diagnostico da Politica Ambiental protagonizada pelo MMA, visando construção coletiva de propostas para o governo que se iniciará em janeiro de 2023. O que tem encontrado é uma situação de devastação da Politica Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e de suas estruturas (CONAMA, IBAMA, ICMBio...), fruto de afronta à Constituição e à vida, como o movimento ecológico denunciou nos últimos 4 anos. Uma necropolitica ambiental, baseada em retrocessos ambientais, resultando numa imagem internacional negativa do Brasil, com consequências para a economia e, sobretudo, para o combate as mudanças climáticas, cuja reversão será buscada pelo governo Lula, como já anunciado recentemente pelo próprio presidente eleito, durante a COP 27, no Egito.
Apesar da Transição ter sido marcada pela falta de transparência e ausência de repasse de informações confiáveis, é possível verificar um brutal déficit de servidores para fiscalização, com o consequente aumento da degradação ambiental e da impunidade dos criminosos ambientais. Esse também é um dos motivos que levou ao incremento do desmatamento, com 3 anos de aumento e em patamar elevado, atingindo o maior índice nos últimos 15 anos.
Pelo GT é considerada a retomada das negociações para construção de um acordo de cooperação internacional visando a preservação das florestas tropicais através do BIC (Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo), já que juntos reúnem 52% das florestas tropicais primárias remanescentes do mundo, sendo sua proteção fundamental para o combate às mudanças climáticas.
Contudo, o Relatório final, previsto para ser entregue em 11.12, aponta para a necessidade de um novo dialogo politico, no qual a sociedade civil é fundamental, com retomada da democracia, destacando:
- Medidas emergenciais, notadamente para os 100 primeiros dias de governo;
- recuperação do orçamento do MMA;
- recuperação da estrutura funcional/administrativa e demais órgãos atinentes a politica ambiental;
- Revogaço das normas antiambientais promulgadas pelo governo que, felizmente, se finda.
Nesse sentido, notadamente com base na “CARTA ABERTA À SOCIEDADE GAÚCHA PELA PROTEÇÃO DO PAMPA”, da Coalizão Pelo Pampa e nas “CONTRIBUIÇÕES DO FÓRUM EM DEFESA DA DEMOCRACIA AMBIENTAL – FDAM AO GOVERNO DE TRANSIÇÃO DIREITOS HUMANOS E POLÍTICA AMBIENTAL”, o CEA esta acompanhando o GT, com destaque para o Pampa, considerando ações para os primeiros 100 dias e também para os 4 anos de governo.
O Bioma Pampa é o segundo mais degradado do Brasil (60% de seu ambiente original foi destruído) e o menos protegido (somente menos de 0,5% do bioma são Unidades de Conservação), o que mais perdeu áreas naturais (menos 16,8%) entre 2000 e 2018, principalmente pelo avanço da agricultura, notadamente a monocultura de arvores exóticas (pinus/eucalipto) e de soja, a qual teve um incremento 188,5%, entre 2000 e 2015. Foram convertidos 125 mil hectares por ano de campos nativos para a agricultura, entre 2012 e 2018.
Algumas Medidas emergenciais para os 100 primeiros dias de governo para o Bioma Pampa
- combater o desmatamento, já que o mesmo teve um aumento de 92,1% de 2020 para 2021;
- articular, junto ao governo do estado e ao CONSEMA, a garantia da Reserva Legal, nos termos da Lei 12.651/12, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dos demais marcos legais protetivos;
- proteger as espécies em extinção (380 da flora e 86 da fauna);
- fiscalizar a supressão ilegal de ambientes nativos (campos, banhados e florestas, as quais cobrem 11% do Pampa);
- promover medidas de Educação Ambiental;
- dar inicio a valorização das cadeias produtivas sustentáveis do Pampa;
- dar inicio a um processo participativo/técnico de planejamento da ocupação e uso do solo do bioma, definindo porcentagem mínimo de áreas protegidas;
- diagnosticar os processos de regularização e proteção dos territórios tradicionais
- rever os processos/projetos de mineração;
- rever produção de energia “offshore”;
- Combater a pesca de arrasto;
- Pautar junto ao Congresso Nacional, sem prejuízo de outras esferas do SISNAMA:
a) A PEC 05/09, que considera o Pampa como patrimônio nacional;
b) Marco legal especifico para o proteção do Pampa;
Algumas Medidas emergenciais para os 100 primeiros dias de governo, em geral:
- retomar a democracia ambiental no âmbito do SISNAMA, não somente no aspecto formal, mas sim também materialmente, com nova formatação e instrumentos a serem construídos;
- Revogar todos os inconstitucionais retrocessos ambientais promovidos por atos do Poder Executivo;
- Retomar a politica de combate as mudanças climáticas;
- Reverter a privatização de UCs;
- Rever a autorização de agrotóxicos;
- Pautar junto ao Congresso Nacional, sem prejuízo de outras esferas do SISNAMA:
a) a ratificação do Acordo de Escazu;
b) o arquivamento dos PLs que flagrantemente se caracterizam como retrocessos ambientais:
- (des)licenciamento;
- agrotóxicos;
c) revogar a lei de APPs Urbanas;
Inscrição: https://docs.google.com/.../1FAIpQLSe4L6WAtWlDa1.../viewform
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