Um Programa de Governo deve conter as propostas do
candidato/as para as ações a serem implementadas, caso seja eleito/a. A
obrigatoriedade consta das leis 9.504, de 30 de setembro de 1997 e 12.034, de
29 de setembro de 2009.
O Plano de Governo pode ou não e demonstrar conhecimento
da realidade por parte do/a candidato/a, o seu planejamento para enfrentar os
problemas existentes e, sobretudo, os compromissos que assume para tanto.
Na área ambiental, uma politica que busque a defesa do
constitucional meio ambiente ecologicamente equilibrado, deve, no mínimo, garantir
a participação social, reservar recursos públicos para execução de planos,
programas e ações e contar com uma estrutura publica governamental (servidores,
equipamento...) capaz de executar tal politica.
O Plano de Governo do Ivan e Sandrali (PT) na parte reservada
à politica ambiental apresenta “Uma
Pelotas ecológica e com justiça ambiental”, constituída por 28 pontos,
articulando a politica urbana com a ambiental. São 06 pontos ambientais propriamente ditos, 09 pontos urbanos e 13 referem-se explicitamente às
questões urbanas/ambientais. A ênfase é na defesa do interesse publico e no meio ambiente com um direito de todos/as, com uma politica ampla e abrangente.
O Plano de Governo de Paula (PSDB)/Bartz (PTB), é dividido em 23 pontos, aglutinados sobre o título “Meio ambiente, sustentabilidade, saneamento e proteção animal”. Contudo, 05 pontos são ambientais, propriamente ditos, com a defesa da adoção de áreas verdes, o que pode ser uma privatização dissimulada das praças. Questões conexas são a maioria, sendo 13 sobre saneamento, onde aprece a privatização do SANEP e 6 sobre a questão animal. A ênfase é na gestão tecnicista e na privatização, com uma politica reducionista.
A seguir uma tabela considerando os principais pontos que
formataram uma politica ambiental, no nosso entendimento.
Quesitos
Para Uma Politica Ambiental |
Ivan e
Sandrali (PT) |
Paula
(PSDB)/Bartz (PTB) |
Plataforma
Eleitoral Ambiental do FDAM |
Firmou
compromisso |
Não
firmou compromisso |
Participação |
Aprofundamento
e consolidação (reuniões e audiências publicas, conferências, congressos,
articulando instituições de ensino, cientificas), organizações não
governamentais, movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores/as e
patronais, além de outras esferas da federação |
Não
contempla |
Respeito
as decisões do I Congresso da Cidade (2002), base do III Plano Diretor |
“Resgatar
e fazer valer” |
Não
contempla |
COMPAM |
“Devolver
a democracia” |
Não
contempla |
CONPLAD |
“Devolver
a democracia” |
Não contempla |
Fundo
Ambiental e Urbanístico |
Contempla |
Não
contempla |
Secretaria
Ambiental e Urbanística |
Contempla |
Não
contempla |
Legislação
ambiental/urbanística |
Manter |
Não
contempla |
Acesso
a informação ambiental/urbanística |
Assegura |
Não
contempla |
Licenciamento
ambiental e urbanístico; |
Garantir
a legalidade e a transparência |
Não
contempla |
Termos
de Compromisso Ambiental (TCAs) e/ou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs); |
Dotar
com a devida transparência |
Não
contempla |
Sistema
de Planejamento do Espaço Municipal (SPEM) |
Implementar |
Não
contempla |
Estudo
de Impacto de Vizinhança (EIV) |
Garantir
transparência e efetividade bem como a outros processos públicos de avaliação
urbanística; |
Não
contempla |
Retrocessos
ambientais |
Combater |
Não
contempla |
Educação
Ambiental |
Trata
do Programa |
Trata
de prédio |
Arborização
Urbana |
“priorizar
com espécies vegetais nativas consideradas ameaçadas de extinção e frutíferas” |
“preservação, manejo
e expansão da cobertura verde na cidade” |
Áreas
Verdes |
promover
a ampliação e a consolidação, possibilitando espaços de lazer, relaxamento e
cultura e a convivência voltada para os ambientes naturais de áreas úmidas
(como a orla do Canal São Gonçalo e da laguna dos Patos); |
Crar e
requalificar disponibilizando equipamentos públicos de lazer, em pontos
estratégicos dos bairros e estimular a adoção de praças e rotatórias; |
Parque |
Criação |
Implantar
o Parque Estrada do Engenho (Obs: propostas previstas no Capitulo “Mobilidade
urbana e infraestrutura”); |
Áreas
de Preservação Permanente (APP) |
Garantir
o direito a moradia, agindo junto os que mais precisam de politicas publicas,
como as comunidades ribeirinhas, quilombolas, pescadores, catadores |
Não
contempla |
Áreas
Degradadas |
Promover
a recuperação, envolvendo setores do capital e a sociedade civil, notadamente
as áreas úmidas e a orla da Laguna dos Patos |
Não
contempla |
Saneamento
Básico |
Para
todos, com prioridade para proteção ambiental associado a realidade social
das as comunidades ribeirinhas, quilombolas, pescadores, catadores...; |
|
Esgoto |
Combater
a poluição provocada |
-
Concluir a ETE Novo Mundo e iniciar operação; - Programa
de limpeza de canais e bocas de lobo; - Viabilizar
uma parceria pública privada ou locação de ativos para universalizar a coleta
e o tratamento de esgoto. |
Água |
Combater
a poluição e promover o reuso de água; |
Concluir
a ETA São Gonçalo; Ggeoreferenciar
as redes de água, subadutoras e adutoras; - Programa
de substituição de rede de água, construção e substituição de
redes adutoras; - Construir
e ampliar Reservatórios; - Construir
e reformar as casas de bombas; |
Resíduos
em geral |
Combater
a poluição provocada e promover a coleta seletiva, incentivando a redução e
reuso |
- Universalizar
a coleta seletiva; - Implantar
a Usina de Processamento de para catadores; - Manter
e ampliar os ecopontos |
Mobilidade |
-
Democratização, privilegiando transportes menos poluentes e coletivos, como
bicicleta e ônibus; - privilegiar
o pedestre e não o carro; |
Não
contempla |
Energia |
Promover
o uso de energias limpas e renováveis e estimular a implantação de telhados
verdes;
|
Não
contempla |
Agricultura
Ecológica |
Incentivar
a urbana e peri-urbana; |
Não
contempla |
Animais |
- emplacamento
e substituição gradativa das charretes; - Controle
populacional de cães e gatos por meio de castrações; - Criação
de um setor na SQA para trabalhar o bem-estar animal e realizar a
fiscalização; - Educação
sobre cuidados e responsabilidades na criação e abrigo de animais; - Aumento
do canil municipal e criar condições para atendimento público e gratuito para
animais de pessoas carentes (Obs: propostas previstas no Capitulo “Diminuição
da violência e segurança para todas e todos”) |
- Implantar
o Projeto de Substituição dos veículos de tração animal; - Política
de castrações de cães e gatos; - Instituir
um sistema de identificação e cadastramento de animais; - Transferir
a hospedaria de grandes animais e ampliar serviços; - Implantar
programa Veterinário no Bairro; - Castramóvel
para orientação e consulta veterinária; - Instituir
o projeto de lares provisórios (animais vítimas de maus tratos) |
Contudo, por mais que seja esclarecedor a comparação
acima entre os programas de governo, tal medida não basta para uma adequada
avaliação do compromisso e dos feitos dos/as candidatos/as na politica ambiental.
É preciso comparar também o que dizem com o que fazem, pois é a pratica que nos
constitui.
No caso da Paula (PSBD), como é candidata à reeleição,
cabe uma comparação do seu Plano de Governo com os últimos quatro anos do seu próprio
governo.
Já o candidato Ivan (PT), como não ocupou cargo no
Executivo, é necessário comparar seu discurso com a prática do único governo do
PT que aconteceu em Pelotas, entre 2001 a 2004. Pois é disso que se trata, não
da pessoa exclusivamente, mas sim das ideias representadas.
No caso da Paula (PSDB), também poderíamos, como no caso
do Ivan (PT), considerar para tal analise, o desempenho dos governos a qual
esta vinculada, como vice-prefeita e também como assessora de alto escalão, o
que aumentaria esse período de 4 para 8 e 16 anos respectivamente.
Se consideramos somente os 4 últimos anos só do governo
da Paula (PSDB), dos13 pontos do Programa de Governo da Paula, proposto em 2016,
NENHUM FOI REALIZADO. Isso mesmo: NENHUM!!!
Por essas e outras que o grupo politico que esta no poder
há 16 anos, ao qual Paula é vinculada, promoveu o maior retrocesso ambiental em
Pelotas.
A tabela a seguir apresenta os 13 pontos do “NO MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE”, de 2016.
13
Pontos |
Realizado/Não
realizado |
|
Realização
de estudos para a implantação de um parque eólico na cidade gerando energia,
emprego e renda; |
|
Não
Identificado |
Estimular
um Programa Municipal de Bioenergia |
|
Não
Identificado |
Aderir
a programas de outras esferas de governo, que estimulem a sustentabilidade
ambiental; |
|
Não
Identificado |
Elaborar
o Guia de Sustentabilidade Ambiental; |
|
Não
realizado |
Elaborar,
em parceria com a COINPEL, o projeto “Sistema Online de Gestão Ambiental
Municipal”; |
|
Não
realizado |
Delimitar
as Áreas de Interesse do Ambiente Natural – AEIANs do município; |
|
Não
realizado |
Realocar
e reestruturar o Horto Botânico na Granja Municipal com transformação do
espaço em um Parque Municipal; |
|
Não
realizado |
Ampliar
o plantio de árvores na cidade e estimular os cidadãos a fazer o mesmo; |
|
Não
realizado |
Estabelecer
um programa de Educação Ambiental para a rede pública de ensino municipal; |
|
Não
realizado |
Criar
a Política Municipal de Educação Ambiental; |
|
Não
realizado |
Realizar
a Conferência Ambiental como resgate da agenda XXI; |
|
Não
realizado |
Qualificar
o espaço do Eco-camping, tornando-o um espaço público para o Ecoturismo. |
|
Não
realizado |
Qualificar
praças e áreas verdes. |
|
Foram
realizadas obras em algumas, como Praça Pedro Osorio, Duque de Caxias e
Saldanha Marinho |
Já, comparando o proposto e o realizado no único governo
do PT em Pelotas e a atual proposta do Ivan (PT), conclui-se que se trata de
uma continuidade daquele período, o qual foi abortada justamente pelo grupo
politico que assumiu o governo municipal em 2006, da qual a Paula participou e
,obviamente, participa em mais que isso, o protagoniza.
Encontramos no Programa do Ivan/Sandrali (PT) um resgate daquela politica ambiental inovadora e transformadora pro-sociedade e pro-natureza, que criou a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), que o grupo da Paula tentou extinguir; a Secretaria de Planejamento Urbano (SEURB), que o grupo da Paula extinguiu; o planejamento urbano democrático e sustentável; o I Congresso da Cidade; a Agenda 21; a Conferencia Ambiental; a democracia nos conselhos respectivos; o funcionamento dos fundos respectivos; o Sistema Municipal de Áreas Protegidas (SMAP); a proteção dos banhados e das matas; a criação do Estudo de Impacto de Vizinha (EIV) e tantas outras iniciativas inéditas e transformadores, atacadas e destruídas ao longo dessas 16 anos por esse grupo politico que tenta seguir no poder e aprofundando o retrocesso ambiental.
Mais em:
https://www.facebook.com/ivanduartept
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